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Práticas Corporais Como Artefatos Culturais (Aula 2)


No primeiro momento da aula do dia 17 de março de 2017, a discussão foi iniciado pelo "vídeo vidas no lixo". O vídeo suscitou questões a respeito da presença de crianças, que vivem situações de precarização extrema, na sala de aula.

Tendo em vista as práticas corporais como artefatos culturais, considerá-la no ambiente escolar contribuirá para conhecer e compreender a diversidade cultural corporal em diferentes grupos e contextos.

Pensando as questões levantadas durante a aula a de leitura dos referenciais indicados, discutimos o papel social da escola, oferecer aos seus alunos condições para compreender o mundo a sua volta, agir sobre ele para modificar a realidade e assim construir uma sociedade menos desigual. O trabalho com práticas corporais tem como objetivo propor experiências em que a criança poderá analisar, ressignificar e produzir essas práticas. O que contribuirá para compreensão das diferentes culturas do corpo.

Compreendemos que a escola para todos possibilita o acesso à educação daqueles que possuem a forma mais precarizada de vida, e é quando os princípios e objetivos da educação se perdem, não há como silenciar e ignorar os corpos dessas crianças e adolescentes e considerá-lo como mais um aluno que deve ficar em silêncio durante as aulas. Faz-se necessário a construção de uma pedagogia em prol da cultura corporal.


Questões levantadas durante a aula


- Situações escolares que violentam os corpos precarizados.

Quando a escola ratifica a situação de exclusão já vivida pelo aluno. Há alunos que vivenciam em seu dia a dia situações de humilhação e de invisibilidade social. Ao irem para a escola, essas crianças tem a experiência de tornar-se foco de atenção, no entanto, da maneira mais violenta e perversa: são excluídos do grupo e apontados como “diferentes”, fora das regras de conduta, vestimenta e adequação social. Ex: crianças que trabalham de catadores de lixo com os pais.


-Situações escolares que reconhecem e dignificam os corpos precarizados.

Quando o professor promove, de fato, uma integração entre as crianças, fazendo com que elas se constituam como grupo.

Através de atividades esportivas, lúdicas e em situações cotidianas escolares, é possível fomentar a existência de espaços de aprendizagem significativa. Planejando ações com intencionalidade pedagógica que tenha objetivo de integrar, trazendo referenciais das próprias crianças como fonte de um novo conhecimento.


-Situações em que a cultura corporal corrobora com a violência sobre os corpos

Quando no âmbito escolar há a reprodução e a ratificação dos estereótipos sociais que promovem a desigualdade e o preconceito.

Questões de gênero, de classe social, racial ou qualquer outra forma que diferencie, exclua, categorize as crianças como pertencentes a determinado grupo. Por vezes, essa cultura corporal está arraigada de tal maneira na comunidade, que fomenta a violência àqueles que estão “fora do padrão e da expectativa”.

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-O ensino das práticas corporais pode reconhecer e dignificar os corpos precarizados?

Quando as práticas, as situações didáticas, tem por objetivo de aprofundar e ampliar o olhar para a potencia que existe em cada um. Quando as práticas são planejadas visando o todo e respeitando cada um.






ARROYO, M. Corpos precarizados que interrogam nossa ética profissional. In: ARROYO, M.; SILVA, M. R. Corpo infância: exercícios tensos de ser criança, por outras pedagogias dos corpos. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 23-54.


NEIRA, M. G. O ensino das práticas corporais na escola. In: Práticas corporais: brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas. São Paulo: Melhoramentos, 2014. p. 15-22.


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